Acerca de mim

Lousada, Porto, Portugal
Pudesse faze-lo e mudaria a minha forma de ser, mas nunca a minha forma de pensar. Mudaria sim a forma de sentir as palavras, os gestos, e principalmente, o silencio...

domingo, 7 de junho de 2009

Tempo


Quando o tempo parar, hei-de medir a distância entre o que disse, e o que senti, entre o que quis, e o que fiz. Hei-de observar os pormenores dos momentos, de sentir o calor dos espaços, como se ainda não tivesse passado por eles. Hei-de relembrar a cor, a textura. Hei-de poder voltar a face e encontrar tudo o que já passou. Transportarei para o futuro, os momentos que são passados, mas, mesmo passados, desenham ainda expressões na face de quem os recorda. Pois, se o passado tem esse poder, farei com que o futuro se trace de igual forma, com os sonhos, com os desejos…
Mas enquanto o tempo não pára, peso o que digo e o que sinto, o que quero e o que faço, com a certeza de que não meço distancias, apenas pondero, pouco, por vezes, sem me lembrar de que a distância que incutimos em tudo o que fazemos, faz depender o seu traçado sinuoso, do sucesso que pode ser a sua caminhada.
E como o tempo não pára, não penso no que passou, nos momentos que lá atrás se situam, pois o tempo que me levam, é precioso demais, pois só com ele posso planear, sonhar e traçar as linhas do futuro, que de mim dependem. Em tudo o que me ultrapassa, abstenho o meu pensamento. Simulo a ausência de um sofrimento, por algo que, ainda não acontecido, certo é.
O tempo. Oferece a esperança para o futuro que se avizinha, a saudade de um passado que, com toda a certeza o é, e a incerteza de um presente que, daqui a nada se torna passado, sem que tenhamos a oportunidade de parar, pensar, agir e aproveitar cada segundo que nos separa do passado, que nos mantém no presente, e que nos aparta do futuro.
O ontem já é passado, o hoje é passado, presente e futuro, e o amanhã é futuro.
Mas quando o amanha chegar, hoje será apenas passado e as palavras não podem ser alteradas, caladas ou ditas, as lágrimas não podem ser recolhidas, os sorrisos oferecidos, e as mãos não se podem tocar.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Fica


Nos espaços vazios por entre os encostos das mágoas, da tristeza e da desorientação, nascem marcas de carinho, paixão e esperança.

Por entre as palavras que se esquivam da realidade, os pensamentos que sonegam o sonho, permanecem estáveis memórias reais que amparam a alma.

Sinto o vazio pesado, que me entorpece a alma.

O meu ontem está quase completo.

Imaginei que me esperarias no espaço entre a Lua e o mar, tocando a melodia das palavras que me preenchem os vazios...

Pensei que te alcançaria nesse espaço onde te encontras, com as palavras, os pensamentos, os dias, as noites, os momentos... nossos e meus.

Por cada traço que desenhamos na tela que escolhemos, depositamos um pouco de nós, sem olhar ao passado...

Mas não esqueçamos o futuro... e continuemos a projectar as pinceladas de um tempo que demora a chegar, que não teme passar, sem que possamos pronunciar as palavras de uma qualquer doçura que nos pertença em qualquer momento da nossa vida, em qualquer espaço da nossa mente, em qualquer recanto do nosso coração.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Perdida


Mergulho na imensidão dos meus sentidos e enveredo por um traçado que não conheço.

Estou perdida de mim.

Procuro-me por entre as palavras que me ditam, os sonhos que me desenham no mapa da minha vida.

Sou extremo de loucura por entre os devaneios da minha mente.

Sou.

Simplesmente.

Sigo pelo rio da vida, pelos desígnios de um Deus sem face, a quem chamo na escuridão, a quem entrego pensamentos, desejos, dúvidas, medos... Na esperança de que me construa, pouco a pouco, neste novo mundo que me abarca, neste novo rumo que designei...

domingo, 12 de outubro de 2008

Em mim


Imagina... o toque que te ultrapassa no espaço e nas palavras.

Imagina... a dança dos nossos corpos na sombra da chama que nos aquece.

Imagina... o som que te percorre a alma numa desalinhada caminhada.

Imagina... a cor da minha felicidade, a cor do nosso enlace.

Imagina... a textura da minha voz no teu corpo, o calor do meu desejo em cada pormenor da tua face.

Concretiza as palavras que te desenho na palma da mão, os sonhos que te entrego a cada olhar que te dirijo.

Concretiza-me no tempo que não paralisa, no mundo que não pára...

Abraça os neus medos, seca as minhas lágrimas, fortalece-me.

Ensina-me a levantar o olhar, o corpo, a alma...

Imagina.

Concretiza.

Ensina-me.

Ama-me.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Momento

No espaço da rua, permanece o som dos teus passos, e nas pedras da calçada a cor dos teus movimentos.
Provaste o sabor das minhas lágrimas num abraço que se imortaliza no toque suave e delicado da protecção que me ofereces.
E apaziguaste a minha alma, amparaste os meus passos.
E é como se tudo se dispersasse ao olhar, numa superfície plana e fria, onde se extinguem sonhos e promessas, onde se reclamam palavras e actos, onde não somos o que queremos, mas sim o querem que sejamos…
Enquanto renasço, por entre os espaços do teu abraço, caminho, contigo a meu lado, por uma estrada, para me perder de mim, talvez, mas para me encontrar em nós.
E por entre todas as trajectórias que se apresentam, desenhe-se a que desejamos, a que verdadeiramente ansiamos.
Seguraste a minha mão, no desenho dessa trajectória.
Aperfeiçoas – te – a.
Aperfeiçoas – te – me.
Aperfeiçoas – me.
Em todas as palavras que trocamos, em todos os murmúrios que originamos, somos o amor, a amizade, a segurança, a compreensão, o medo, a angústia…
Somos, um no outro, sem deixar de o ser em nós próprios, no nosso mundo…

sábado, 14 de junho de 2008

Tu


Nos espaços que nos separam, preenchidos com o vazio das palavras, erguemos uma barreira que nos cega e sufoca…
Menosprezamos os olhares, as palavras, o toque que já não praticamos, mas que ainda possuímos…
Empurramos as promessas para o abismo que nos separa.
Fomos Sol e Lua.
Fomos fogo e gelo…
Fomos um milhão de coisas distintas, mas continuamos a sê-lo um para o outro. Concretizamos desejos, percorremos silêncios… juntos.
Na distância que se acomodou entre o primeiro momento e aquele que vivemos hoje, passaram lágrimas, sorrisos, angústias, felicidade, sonhos… comuns.
Aproximamo-nos, entregamo-nos, com o jeito de quem ama o infinito, e para ele se lança.
Conheci-me em ti, nos pormenores da tua pele, no contorno dos teus lábios, na palma da tua mão.
Conheço-me, em cada palavra que silencias, em cada gesto que conténs…
Pertenço-te, tal como me pertencem todas as memórias que me ofereceste, tal como me pertence o sorriso que esconde as palavras que teimam em não sair.
Completamo-nos…
Completemo-nos… cumprindo as promessas que ditamos, percorrendo os caminhos que já caminhamos… desvendando o amor que ainda nos une.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Desafio

Hoje venho responder a um desfio que me foi proposto por "Å®t Øf £övë ". O desafio consiste em referir 6 aspectos, coisas que odeie... Pessoalmente, este sentimento de odiar, nao me agrada muito... ódio, tal como odiar, é uma palavra demasiado forte, que, por vezes, usamos simplesmente com a intençao de magoar...
No entanto, vou aceitar o desafio! Cá vai:

Odeio:

Pessoas que nao são frontais: que vagueiam nas palavras, com a intençao de "florir" o cenário que nos querem transmitir, quando, na verdade, nao há forma mais fácil e segura, que dizer directamente o que pretendem;

A má educação: que leva as pessoas a serem arrogantes, e, acima de tudo, que nos fazem, por vezes, sentir a mais insignificante pessoa à face da Terra!

O ciúme: que corrompe as relaçoes, abala a confiança, e põe em causa tudo o que se disse ou se fez!

A indiferença
: que vai para além do ódio, que magoa muito mais que o ódio.

Jornais desportivos: que só servem para prender a atenção, e que, no fundo, nao falam em nada de realmente importante!

A solidão: simplesmente.


Espero ter correspondido às expectativas, e agradeço este convite!
Assim, deixo este desafio a mais seis pessoas...

O Profeta
Cöllyßry
EDUARDO
luar perdido
lua prateada
Suave Toque